O Riso q Cala!
Fizemos o XIV FENTEPP. Festival de Presidente Prudente. 8 Horas de Van... É longe! E dói a bunda!
Mas lá chegamos e lá fomos bem recebidos. Bom hotel. Boa comida. O teatro era um auditório e tinha (e ainda tem) problemas para montar a luz, coisa q deixou o Gonza, invariavelmente: PUTO! O que foi agora? Vão querer parar para comer?! Mas ele fez tudo bonitinho e a Marici até gostou da Luz!
Em PP fizemos mais uma nova apresentação do CHALAÇA a peça. Se em Araraquara tivemos Weber Fonseca e Jonas Golfeto... Em PP não tivemos o Fabrício. O eterno Filho Pródigo dessa vez não voltou e, então, fizemos a festa sem ele! Fizemos o CHALAÇA com 7 atores. Uma loucura. Pegamos as figuras q ele fazia e distribuímos entre os atores q somos e pronto: deu certo! Claro q com alguns percalços, mas o público não tomou conhecimento da coisa!
Por falar em PÚBLICO, e necessário registrar a loucura q foi o público de PP. Nunca, em toda a história desse espetáculo (1 ano e alguns meses) um público riu riu riu riu riu tanto do CHALAÇA. Riu tanto q não conseguíamos fazer a peça. Várias foram as vezes que tivemos q calar para esperar a enorme risada que vinha da platéia. E... Todas às vezes, a risada não parava... Impressionante. Destaque especial para uma moça sentada na primeira fila, q não deu um segundo de descanso para o seu maxilar... Deus, como ela tinha fôlego!!!
Bem... Dever cumprido... Muito bem cumprido. E depois, festa na frente do Hotel, com cerveja, papo ruim e cabelo igual do Supla, ou Valderrama! Bem ao gosto Les Commediens. Já q o Bar Cultural foi um fracasso!
Bem... Em setembro tem FESTIVALE... É o CHALAÇA rumo aos 100! Sempre com mudanças.
Abaixo, a crítica da Marici Salomão. Em breve escreverei uma espécie de réplica, para q o exercício crítico não se perca em dissecações de sapos!
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RISO CRÍTICO
Marici Salomão
O que de mais notório o lisboeta José Gomes da Silva, vulgo Chalaça, ajudou a legar ao Brasil de hoje, foram falhas de formação das classes burguesa e política do Império. Essas fissuras, que de tão consolidadas ainda teimam em dar ao país contornos ridículos de falsa erudição, falta de ética e excesso de corrupção, inspiraram a Cia. Lês Commediens Tropicales, de São Paulo, a recriar o livro premiado de José Roberto Torero (O Chalaça), fisgando entre as supostas memórias do conselheiro do Imperador material para a construção de divertidas personagens.
Com um elenco de talentos inegáveis, sob a direção do respaldado Márcio Aurélio, o palco vira tribuna de uma CPI, cujos depoimentos os mais estapafúrdios costuram uma intriga de muitos envolvidos, do cocheiro ao marquês da Corte Imperial, passando pelas mulheres arrebanhadas por Dom Pedro I, com a ajuda de Gomes da Silva. Na mira dos julgadores, o personagem-título se vai descortinando pelo discurso das personagens.
A montagem é paradigma de comédia bem-sucedida. É claro que texto e direção cumprem papel de importância, mas sem um elenco de grandes intérpretes não se alcança bom resultado no gênero. A ênfase compactua com os méritos à direção limpa e super precisa – sobre um texto que só faz a intriga chegar mediada pelo discurso –, bem como à iluminação requintada. E com momentos marcantes, como o cumprimento das mãos sujas.
Marcio Aurélio opta por um palco torneado por cadeiras, microfones e pouquíssimos acessórios de uso de construção do personagem. Monitores instalados nas laterais e ao fundo do palco constituem signo duplo, de mediação da realidade (com efeitos estéticos conectados às possibilidades da multimídia), como a realidade mais simples, que são as gravações das circenses CPI’s no Congresso Nacional.
Justamente ao que concerne à idéia de gênero, se a tragédia acompanha a ação do herói, signo de altitude moral, a comédia desde tempos aristotélicos tem por função fazer a crítica ao homem inferior. Se alguma ressalva pode ser feita, é a falta de a ascensão do espetáculo a um registro crítico fora dos limites do cômico. Uma hora de muito riso depois, percebe-se que os momentos que traçaram correspondência direta com a realidade presente foram poucos. Estiveram mais ligados ao tipo (personagem) do que à cena (espetáculo). E não é a todo o momento que o teatro retrata o universo sombreado da história do Brasil.
No entanto, é importante frisar que a presença do espetáculo no Fentepp reforça o sentimento do diverso e fortalece o conceito de boa convivência entre novos talentos e profissionais mais experientes.
1 Comments:
gosto de vir por aqui para ver estes textos seus e rir um pouco. serio cara, es um bom comediador.
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